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Modelo de professor único está esgotado?
Cuidado com as confusões. Professor único e monodocência são coisas diferentes. O modelo de monodocência instituído no 1º ciclo não está esgotado. Embora, com a integração deste ciclo nos agrupamentos de escolas, se esteja a fazer tudo para descaracterizá-lo.

A importância das equipas educativas no apoio à monodocência:

o modelo de organização curricular do 1º ciclo em debate

A constituição de equipas educativas de apoio ao trabalho do professor é já reivindicação antiga. Falava-se destas equipas, por exemplo, para enquadrar os apoios educativos a prestar aos alunos e seus professores no âmbito das "necessidades educativas especiais".

Agora o assunto volta à ordem do dia, pensado  numa perspectiva de organização educativa mais ampla, tendo em conta a integração de novas áreas disciplinares, por exemplo, no currículo do 1º ciclo do ensino básico.

O desejo de fazer entrar novas áreas disciplinares no 1º ciclo que exigem dos seus professores uma formação acrescida e que muitos, provavelmente, não possuem, fez com que aparecessem algumas vozes a defender que "o modelo de professor único está esgotado" (Mário Nogueira, da fenprof, é uma destas vozes).

Pelo modo como este tema tem sido apresentado, receio que estejamos a caminho de uma disciplinarização excessiva deste ciclo e que, com o pretexto de um pretenso "esgotamento" do modelo de professor único, se condene, a prazo, o regime de monodocência e se decrete a sua extinção.

Até posso concordar que o modelo de professor único esteja esgotado se isto não significar que o regime de monodocência já tenha dado tudo o que tem para dar: uma visão integrada dos saberes, que recusa a sua especialização precoce, continua a ser uma das principais contribuições deste modelo, dificilmente traduzida por qualquer outro com a mesma eficácia.

Que distinção fazer, então, entre "modelo de professor único" e "regime de monodocência", e de que forma as "equipas educativas" podem ser vistas nesta distinção?

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