José Fanha
SOPINHAS
VIVA O AEIOU
Uma letra é um objecto, mas não um objecto qualquer. É um objecto especial, que precisamos conhecer, para entrar no mundo da escrita. E, de entre todos estes objectos especiais, que temos ao nosso dispor, as vogais ocupam lugar de destaque: uma só pode apontar uma palavra. E não há palavra que as dispense, nem que seja uma só delas: todas as palavras têm vogais no seu desenho, e foi isso que as crianças perceberam com a actividade que lhes propus, se é que [pelo menos algumas] não tinham percebido já.
Ouvimos a leitura que o vídeo faz do pequeno texto de José Fanha. E numa espécie de leitura de faz-de-conta, com o texto em pano de fundo, as crianças repetiram-no com a minha ajuda, enquanto apontava as palavras, à medida que a leitura avançava. Uma actividade que dá conta do modo como as palavras se arrumam no texto: em linhas, marcadas por espaços entre elas, numa progressão esquerda /direita, de cima para baixo.
Apresentadas as vogais, reconhecemo-las em palavras que as crianças conhecem bem: os seus nomes, entre outras. Todas as crianças sabem já o seu nome; reconhecem-no já, na sua forma escrita, e a maior parte delas sabem escrevê-lo [algumas dominam já o princípio alfabético]. De seguida procurei que dissessem quantas vogais e quais faziam parte dele.
À medida que o seu reportório visual se vai alargando, faremos o mesmo com outras letras e outras palavras, com outros pequenos textos que formos lendo, fazendo ou não de conta. Uma actividade que [nunca será demais insistir neste ponto], deverá estar sempre integrada, em propostas de leitura mesmo, mesmo que esta leitura seja leitura de palavras que as crianças lêem de cor [que "lêem", não porque as identifiquem pela sua estrutura, ligando o grafema ao respectivo fonema, mas porque as reconhecem pela sua forma].*